Trigo, fonte de glúten, não faz mal à saúde
Do pãozinho no café-da-manhã à macarronada do jantar, o trigo tem presença garantida na mesa de brasileiros e é a principal fonte de carboidratos da alimentação no País. Mesmo assim, o ingrediente sofre com a fama de vilão da vida saudável e entra em pauta em discussões no Dia do Trigo, comemorado em 10 de novembro.
Como explica a professora Bruna Muratti Ferraz de Oliveira, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, o trigo não faz uma pessoa engordar, assim como qualquer alimento de forma isolada, e adicioná-lo a dieta não é danoso à saúde. “Tudo que devemos fazer é consumi-lo de forma moderada e consciente”, afirma a especialista.
“O grande problema está no consumo exagerado de comidas industrializadas, ricas em açúcares, gorduras e sódio e que, muitas vezes, levam farinha branca e refinada na receita. Ou seja, a composição desses alimentos, considerados ultraprocessados, não favorece um equilíbrio nutricional e está associada ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças crônicas”, alerta.
Em seu modo refinado, o alimento é descascado e concentra apenas o amido do grão, sem o farelo e o gérmen (partes nobres e ricas em minerais, vitaminas e fibras). Esse processo, feito para deixar o cereal mais branco, compromete sua qualidade nutricional e empobrece o trigo.
Encontrado na forma integral, com a moagem do grão inteiro e com suas partes e nutrientes preservados, o trigo pode compor uma alimentação saudável e só deve ser restringido da dieta de pessoas celíacas, intolerantes ou com alergia ao glúten, com orientação e acompanhamento médico e nutricional.
A professora explica ainda que o ingrediente, quando completamente integral, concentra fibras, as vitaminas A, E, B1 e B6, minerais como ferro, zinco, complexo B, fósforo, ácido fólico e antioxidantes. “De modo geral, os cereais integrais favorecem e reduzem os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer e de doenças cardiometabólicas”, explica. “O segredo é balancear e variar sua alimentação, assim não existem vilões”, avalia Bruna.