Água e sal ou cream cracker? Maria ou maisena? Biscoito ou bolacha?

Receita de Torrone crocante

Curiosidades sobre um dos alimentos mais populares entre os brasileiros.

Praticamente todo mundo já comeu ao menos um biscoito na vida. Mas algumas dúvidas e curiosidades permanecem. Você sabe a diferença entre biscoitos dos tipos cream cracker e água e sal? Podemos comparar o maria com o maisena? Por que eles têm furinhos? E a questão mais famosa: biscoito ou bolacha?

Presente em 99,9% dos lares brasileiros, seja salgado, doce, recheado, cookie ou rosquinhas, os biscoitos movimentaram cerca de R$19,6 bilhões em 2014 na economia brasileira, atingindo um crescimento de 10,56% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da ABIMAPI – Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados em parceria com a consultoria Nielsen.

Um dos tipos preferidos da população, as versões cracker e água e sal representam juntas mais de 21% do total de biscoitos consumidos no Brasil. Inicialmente feitos apenas com trigo e água, eles surgiram em 1885 na Inglaterra. Hoje em dia, levam na composição farinha, água e certo teor de gordura para deixá-los crocantes. No entanto, qual a diferença entre eles?
Na verdade, não existe diferença de ingredientes. O que muda de um para o outro é a quantidade gordura, que é maior no cream craker do que no do biscoito água e sal. Isso é necessário para deixar a massa do craker mais cremosa e crocante.

Também muito comuns na cesta de alimentos dos brasileiros, as categorias maria e maisena representam mais de 11% do total de consumo de biscoitos no país. Criadas em 1874 por um padeiro inglês para comemorar o casamento da grã-duquesa Maria Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo, estes tipos ganharam popularidade na Guerra Civil Espanhola (1936). Na comparação entre as duas versões, não existem grandes diferenças: o maria é um biscoito redondo de formulação tradicional com leve sabor de baunilha e leite, enquanto o maisena tem o formato retangular ovalado, com formulação tradicional e aromas de baunilha, laranja e limão.

Afinal, por que alguns biscoitos têm furinhos?

A questão não é estética. Na verdade, se não fosse por esses furinhos, eles não assariam da forma correta. Os furos são feitos para que o vapor possa escapar enquanto a massa é assada, o que permite que os biscoitos continuem achatados e sem muitas bolhas de ar. Além disso, ajudam para que fiquem mais crocantes.

A distribuição dos furos nos biscoitos também não é feita de forma aleatória: a quantidade de furinhos depende muito do tamanho e do formato da massa. Muitos furos bem próximos uns aos outros, resultaria em biscoitos mais secos e duros, enquanto buraquinhos mais espaçados que o normal fariam com que bolhas (que são responsáveis por esfarelamento mais fácil) surgissem na superfície.

Biscoito ou bolacha?

As duas expressões estão corretas e equivalentes no que diz respeito à legislação. A diferença está no modo de preparo. Ambos são feitos com massa de farinha de qualquer cereal, com ou sem açúcar, gordura ou levedura. Normalmente as bolachas são secas, enquanto os biscoitos podem ser secos ou úmidos. Apesar da pluralidade em seus formatos, as bolachas distinguem-se dos biscoitos por estes raramente serem planos.

A palavra “Biscoito” vem do latim bis (duas vezes) + coctus (cozido) e chegou ao português pela palavra francesa “bescuit”, que surgiu no século 12. O nome vem da prática de assar o alimento duas vezes para que ficasse menos úmido e durasse mais sem estragar.

“Bolacha” vem de “bolo” (do latim “bulla”, objeto esférico) com o sufixo “acha”, que indica diminutivo. A palavra holandesa “koekje” significa a mesma coisa e gerou termos como “cookie” e “cracker”.

O Brasil é o quarto maior produtor de biscoitos do mundo, com 1,2 milhão de tonelada fabricada por ano, segundo a Euromonitor. De acordo com a ABIMAPI o consumo per capita é de 8,4kg/ano.

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