Paladar infantil: como os pais podem contribuir para que a criança experimente novos sabores e gostos

Certamente todos os pais já passaram por dificuldades com os filhos na hora de comer, travando uma conhecida luta à mesa. O grande “vilão” da alimentação saudável é chamado de “paladar infantil”, expressão usada para pessoas que rejeitam certos grupos de alimentos, como verduras, legumes, cereais e até mesmo frutas, e preferem os doces, frituras e fast-foods.

Apesar do nome, o “paladar infantil” também atinge jovens e adultos, podendo trazer diversos problemas de saúde pela falta de nutrientes no organismo, como a anemia, que, segundo o Ministério da Saúde, se manifesta quando os níveis de hemoglobina no sangue estão inferiores ao normal.

A nutricionista e membro do Comitê Umami, Mariana Rosa, explica que as experiências alimentares na infância podem influenciar no comportamento alimentar ao longo dos anos. Um caminho para ajudar os pequenos a desenvolverem hábitos alimentares mais saudáveis, é estimular desde cedo com a apresentação dos cinco gostos do paladar (doce, salgado, azedo, amargo e umami), evitando distúrbios alimentares no futuro.

Umami pode diversificar o paladar das crianças

Além do leite materno, o gosto umami pode ser encontrado em diversos alimentos, como tomates, milho, ervilha, cogumelos, além de produtos de origem animal, como carnes e frutos do mar. “Ao misturar esses ingredientes com outros que possuem gostos azedos e amargos, faz-se uma harmonização interessante, pois o gosto umami tem o poder de amenizá-los e isto faz com que não sejam rejeitados. Assim, a criança se acostuma com a variedade de gostos e cria uma dieta mais colorida e um dicionário sensorial na sua memória”, explica.

Isso porque o umami proporciona maior facilidade para se unir a outros gostos, acentuando o sabor dos alimentos e tornando as refeições saudáveis mais gostosas.

Uma salada de rúcula pode ser sem graça para uma criança comer, mas experimente adicionar tomates, um pouco de queijo parmesão e uma pequena colher de molho shoyu (tudo muito umami). Pronto, bem mais atraente para as crianças!

A nutricionista lembra ainda que, segundo recomendação oficial da OMS (Organização Mundial da Saúde), outros alimentos devem ser incluídos, de duas a três vezes ao dia, na rotina das crianças. Entre o sexto e oitavo mês de vida, a alimentação deve conter todos os gostos e a fase até dois anos requer maior atenção, já que é nesse período em que é moldado o paladar.

Por fim, a nutricionista orienta utilizar, sempre em quantidades adequadas, temperos diversos: vinagre, limão, entre outras ervas e especiarias, assim a refeição pode se tornar mais prazerosa e a criança aprenderá a consumir alimentos com diferentes sabores, o que contribui para uma alimentação balanceada e mais saudável.