Vinhos licorosos harmonizam com pratos doces e podem ser consumidos como sobremesa

Vinhos licorosos harmonizam com pratos doces e podem ser consumidos como sobremesa
Foto: MMV

Um assunto que muitas vezes causa polêmica no mundo da gastronomia é sobre vinhos com sabores mais adocicados. Se por um lado muitas pessoas têm predileção por vinhos mais doces, por outro lado existem aquelas que vão argumentar que “vinho suave não é vinho”.

Longe de cair nessa discussão, existe uma categoria de vinhos chamados de licorosos, que muitas vezes são desconhecidos dos consumidores de vinhos e apresentam características singulares para quem gosta de uma bebida mais adocicada, porém com acidez presente e sabor marcante.

“Os vinhos licorosos têm ganhado espaço aqui no Brasil, mas ainda são desconhecidos por muitas pessoas, até mesmo pela falta de informação sobre esse tipo de produto”, explica Jonas Martins, sommelier e gerente comercial da MMV importadora de vinhos.

Martins cita o exemplo de dois rótulos que a importadora traz para o Brasil e que causam muita surpresa em vários clientes. Vindos da Argentina, produzidos pela vinícola Cinco Sentidos, de Mendoza, na Argentina, o Cinco Sentidos Tardio Tinto e o Cinco Sentidos Tardio Branco chamam atenção pelo sabor exclusivo que entregam.

Tudo começa no plantio e colheita das uvas. Como o próprio nome diz, as uvas utilizadas nesses vinhos são colhidas tardiamente, em um ponto específico que é quando a uva tem maior quantidade de açúcar, ácido e água ao mesmo tempo. Nesse momento, o grão da uva se encontra cheio dessas substâncias, e no processo começam a perder essa água (desidratar) num processo semelhante à passificação, que é quando a uva fica no estado de “passas”, no qual a porcentagem de açúcar e acidez fica maior do que a de água.

Com essa técnica, os vinhos “tardios” ficam com aspecto de licores, e mesmo doces não perdem a acidez, que contrabalanceia esse sabor. O Cinco Sentidos Tardio Branco apresenta aromas exuberantes de flores, frutas tropicais maduras, mel e baunilha, sendo em boca doce, macio, aveludado, complexo, como uma compota de frutas envolta em mel.

Já o Tardio Tinto traz ainda todo o glamour de ser um malbec argentino. De cor rubi intensa, aromas de frutas muito maduras e passas, como figo, ameixas e uvas, com presença marcante de baunilha, chocolate e tosta, é em boca marcadamente doce, frutado, complexo, aveludado, de final muito longo. Sua estrutura permite longa guarda.

Em termos de harmonização, esses vinhos casam muito bem com queijos, que são pratos salgados e gordurosos e contrapõem perfeitamente a doçura e acidez. Queijos com fungos, como o gorgonzola e queijos de massa mole, como o brie e o camembert, ficam excepcionais com os tardios, especialmente se servidos com nozes e castanhas.

Eles também têm a vantagem de harmonizar com pratos doces, com o cuidado de evitar sobremesas que sejam muito doces para não ficar enjoativo. É interessante que o prato tenha algum toque cítrico que traga essa acidez. Outra harmonização também é com fondue de frutas, como morango, kiwi e banana, juntos de um chocolate branco, por exemplo. O sommelier da MMV conta que em Portugal, por exemplo, existe uma tradição na manhã do Natal de tomar vinho branco com um tipo de panetone de frutas (que lá tem outro nome), por ter frutas cristalizadas e casa bem com o vinho licoroso.

“Para nós da MMV, ter encontrado esse rótulo junto de um parceiro de tão longa data como a Cinco Sentidos é um verdadeiro achado. Ainda mais o Tardio Tinto, que por ser Malbec é muito raro de ser encontrado em qualquer outra vinícola do mundo”, salienta Jonas Martins.

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