Dicas de como harmonizar vinhos com os principais pratos natalinos

Receita de Peru recheado

A sommelière Jô Barros explica quais são as melhores combinações da bebida para tornar a ceia uma verdadeira experiência de sabores.

Diante da diversidade de comidas na noite de Natal, salgados e doces, abundância de sabores e aromas, é preciso saber escolher bem a harmonia de pratos e bebidas para que um não anule o gosto do outro, realce o paladar e torne a ceia ainda mais especial e saborosa.

Jô Barros, sommelière do Sonoma, principal site de curadoria e gastronomia do país, separou algumas sugestões para harmonizar a bebida mais elegante aos pratos mais tradicionais da ceia de Natal:

Pernil, lombo e outras carnes de porco leves:

A carne de porco tem sabor delicado, mas pode ser gordurosa. Então, o mais indicado é um vinho de sabor menos intenso e acidez elevada, como os espumantes, brancos mais leves (sem barrica), rosés delicados (como os da Provença) e tintos leves (como os Pinot Noirs).

Peru:

Normalmente servido assado (o que concentra sabores), recheado com farofa (o que dá uma secada no prato) e com frutas para decorar (o que traz um toque agridoce). Nesse caso, fique com os brancos secos, com passagem por barricas (como os Chardonnays da América do Sul e suas notas untuosas e toques de baunilha ou até um Riesling demi sec.). São excelentes escolhas, pois possuem sabores concentrados, acidez boa, mas não muito alta, e sempre deixam um sabor adocicado na boca.

Bacalhau:

Existem muitas formas de se preparar um bacalhau, mas algumas características são comuns em todos os preparos: sabor forte, com toque salgado e bastante gordura, principalmente dos azeites de oliva. Esses tipos de pratos pedem vinhos com mais intensidade de sabor, uma acidez elevada e nenhum tanino – pois este último, quando entra em contato com o sal do bacalhau, traz sensações picantes e desagradáveis ao paladar.

Considere desde um Champagne ou Cava até os vinhos brancos de grande estrutura.

Salpicão:

É um prato de sabor muito peculiar, cada cozinheiro faz com o seu toque pessoal. Mas, com base na receita mais popular, que leva frango, cenoura, pimentões, seleta de legumes, passas, creme de leite e, algumas vezes, batata palha.

Trata-se de um prato cheio de sabores e, para isso, seria ideal um vinho que acompanhe essa característica. Merlots, Syrahs, Chardonnays e Rieslings são uvas que costumam mesclar vários sabores diferentes e se diferenciam bastante. Opte por rótulos mais leves, como os Cabernets Sauvignon da Califórnia, que tendem a ser encorpados e robustos.

Nozes e castanha:

Normalmente, o pessoal vai “aperitivando” com os frutos secos antes que venham os pratos principais. Os vinhos de entrada, como os espumantes e rosés, são excelentes para acompanhar esse momento. Mas, vale lembrar que igual a uma harmonização com um Jerez não há!

Panetone:

O maior clássico do final de ano no mundo é normalmente harmonizado com os doces espumantes Moscatel, quando se trata do tradicional com frutas cristalizadas. Caso o panetone seja de chocolate, os vinhos do Porto tintos ou o francês Banyuls são as melhores escolhas.

“Por fim, lembre-se: são sugestões! Caso você queira fazer harmonizações mais rebuscadas é sempre bom pesquisar os sabores de cada ingrediente e cada vinho para tentar combiná-los, criando o tão almejado ‘terceiro sabor’”, explica Jô.

Sobre o Sonoma

O Sonoma é o principal site de curadoria de vinhos e gastronomia do país. Fundado por Alykhan Karim, natural da Califórnia, nos Estados Unidos, tem como objetivo não só comercializar vinhos, mas ser referência sobre a cultura de consumo da bebida que, a cada ano, faz mais parte da mesa dos brasileiros.

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