Foco na saúde e atenção ao meio ambiente: consumo de produtos orgânicos é símbolo de autocuidado

Foco na saúde e atenção ao meio ambiente: consumo de produtos orgânicos é símbolo de autocuidado
Foto: Freepik

Alimentação com base em itens naturais e produzidos por empresas preocupadas com o planeta cresce em diversos lugares do mundo

*Por Ramon Senra

A alimentação é um elemento fundamental para a vida humana, afinal, é com ela que repomos as energias gastas e promovemos saúde para o corpo. Para que isso seja realizado da melhor forma, entretanto, é necessário dedicar atenção para o consumo de bons alimentos, nutritivos e livres de substâncias ultraprocessadas. É justamente com base no princípio de uma alimentação saudável que cada vez mais pessoas consomem produtos orgânicos e dão atenção ao impacto ambiental que cada item encontrado no supermercado proporciona.

De acordo com a pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil”, desenvolvida pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) junto à empresa Brain Inteligência Estratégica e à iniciativa Unir Orgânicos em 2021, o número de consumidores de alimentos desse tipo cresceu 63% em relação a 2019. Segundo o estudo, 25% das pessoas que disseram adquirir orgânicos passaram a fazer isso nos últimos dois anos, o que destaca uma provável consequência da pandemia do novo Coronavírus. A pesquisa mostra ainda que a “melhora na saúde” é o principal motivo para 47% dos entrevistados consumirem produtos de origem orgânica.

Com base nessa tendência de autocuidado que cresce cada vez mais no mercado alimentício, empresas diversificam linhas de produtos para atender às demandas que surgem. Se há algum tempo era mais difícil encontrar pastas de diversas castanhas e manteigas de coco, por exemplo, atualmente tais produtos podem ser comprados mais facilmente, tanto em grandes redes, empórios ou feiras. Companhias apresentam opções também para alimentos que algum tempo atrás eram inimagináveis, como a carne. Por meio de itens “pant-based”, ou seja, elaborados com base em plantas, os consumidores podem abandonar ou diminuir o consumo de carne vermelha. De acordo com números da organização “The Good Food Institute”, por exemplo, o segmento de alimentos à base de plantas tem previsão de movimentar entre US$ 100 bilhões (R$ 542,3 bilhões) e US$ 370 bilhões (R$ 2 trilhões) até 2035.

Para cada vez mais pessoas, o consumo de produtos orgânicos e saudáveis deve estar ligado também a boas práticas na indústria. Ou seja, além de os itens trazerem cada vez mais benefícios ao corpo humano, as empresas devem aplicar medidas que resultem no menor impacto negativo ao planeta. E esse tipo de raciocínio não está aplicado apenas ao mundo alimentício, afinal, uma das tendências mais evidentes dessa mudança de mentalidade é o “clean beauty”, no mundo dos cosméticos. O movimento engloba produtos livres de elementos danosos à saúde e aos animais durante o processo de fabricação.

Muitas das novas tendências de autocuidado que tomam como base os itens orgânicos tendem a se tornar cada vez presentes nas indústrias pelo mundo. É o que mostra um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): a demanda mundial tende a se ampliar nos próximos anos, especialmente em razão de os alimentos serem associados a níveis mais altos de segurança e saúde, além de seus impactos sociais e ambientais. Se há pouco tempo o consumo de orgânicos era um diferencial na vida de muitas pessoas, a presença cada vez maior de produtos saudáveis ao ser humano e ao meio ambiente nos supermercados mostra que uma nova realidade se estabeleceu.

*Ramon Senra é presidente da OnVeg, marca que promove a vida saudável e sustentável por meio da alimentação.

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